
Tudo sobre incontinência urinária
- On 31 de março de 2017
Todo 14 de março é comemorado o Dia da Incontinência Urinária. Como, no Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas sofrem de perda involuntária da urina, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o blog do Dr. Paulo Salustiano explica alguns fatos importantes sobre o problema, como os tipos de incontinência, causas e tratamentos.
O que é a incontinência urinária?
A incontinência urinária se caracteriza pela perda involuntária da urina, que pode causar grandes constrangimentos ao paciente. Nos casos mais leves, a pessoa acaba soltando um pouco de urina ao tossir, espirrar ou ao realizar algum tipo de esforço. Nos indivíduos em que a incontinência atingiu um estágio um pouco mais elevado, a vontade é tão forte que eles nem conseguem chegar ao banheiro.
Tipos de incontinência urinária
Apesar de ser um problema muito conhecido, a incontinência urinária possui alguns tipos específicos, e os sintomas podem variar dependendo de cada um deles.
Incontinência urinária de esforço
A incontinência urinária de esforço é causada pela falta de força no músculo pélvico, impossibilitando que o indivíduo consiga segurar a urina por muito tempo. As pessoas que sofrem com este tipo de incontinência costumam perder urina ao levantar algo, fazer atividades físicas, tossir, espirrar, quando estão sob pressão ou até ao mudar a posição na qual estão sentadas. Este tipo afeta mais as mulheres, mas homens que já tiveram algum tipo de lesão no esfíncter urinário também podem sofrer com a incontinência urinária de esforço.
Incontinência urinária de urgência
Este tipo está relacionado ao forte desejo de urinar, que é tão intenso que impede que o indivíduo consiga chegar ao banheiro a tempo. Isso acontece em duas situações: quando a quantidade de urina está bem baixa e a bexiga sente a necessidade de expeli-la, ou quando o indivíduo tem bexiga hiperativa, que é a vontade frequente de ir ao banheiro.
Incontinência por transbordamento
Ao contrário da anterior, a incontinência urinária por transbordamento acontece quando a bexiga está frequentemente cheia, com o risco de haver vazamentos. Ela também ocorre quando a bexiga não se esvazia completamente, causando gotejamentos.
Incontinência funcional
Sabe quando você reconhece que precisa urinar, mas por alguma razão não pode ir ao banheiro e o líquido acaba escapando, ainda que pouco? A isso nomeamos de incontinência urinária funcional. Este tipo também está relacionado aos casos de pacientes que, por qualquer motivo, não conseguem ir ao toalete por conta própria. Há, ainda, casos em que todas essas situações se misturam. Isso é uma característica da incontinência urinária mista.
O que causa a incontinência urinária?
Existem alguns alimentos, bebidas e medicamentos que levam à incontinência urinária simplesmente por possuírem propriedades diuréticas. É o caso da maioria das bebidas alcoólicas ou que contenham cafeína, refrigerantes, adoçantes artificiais, xarope de milho e alimentos muito ácidos, com muitas especiarias e açúcares. A ingestão de grandes doses de vitaminas B e C e o uso de certos medicamentos também têm sua parcela de culpa. Também existem algumas condições médicas que propiciam a incontinência urinária, como infecção urinária, prisão de ventre e até estresse. Para completar, algumas alterações ou problemas físicos podem causar a perda involuntária da urina, incluindo:
- gestação;
- parto;
- faixa etária avançada;
- menopausa;
- retirada do útero;
- problemas na próstata, como aumento e tumor;
- obstrução do canal urinário;
- distúrbios neurológicos.
Sinais da incontinência urinária
Os sintomas da incontinência variam de acordo com o tipo de problema que a pessoa apresenta.
- Incontinência por esforço: liberação involuntária ao fazer algum esforço, como rir ou espirrar; vazamento moderado.
- Incontinência de urgência: vontade frequente e súbita de urinar; a intensidade do vazamento varia entre leve e grave.
- Incontinência por transbordamento: necessidade de esforço ao urinar; sensação de bexiga ainda cheia, mesmo que vazia; jato fino; vazamentos bem fracos, inclusive durante o sono.
Como tratar a incontinência urinária?
Assim como os sintomas, o tratamento adequado dependerá do tipo de incontinência que o paciente tem, além de sua gravidade e do que causou o problema. Na maioria das vezes, é necessária uma combinação de técnicas para garantir a efetividade.
Métodos relacionados ao comportamento do indivíduo
Existem algumas técnicas comportamentais que podem evitar e até extinguir e incontinência, como o treinamento de bexiga, cujo objetivo é retardar a micção depois que surge a vontade de ir ao banheiro. Comece adiando a ida por 10 minutos, a cada vez que sentir desejo. A função deste método é aumentar o intervalo entre uma visita e outra ao toalete. Outro exercício interessante é o de micção dupla, que ajuda o paciente a esvaziar a bexiga de forma mais completa. A programação das idas ao banheiro também auxilia na diminuição da incontinência e faz com que o indivíduo tenha mais controle sobre o seu organismo. Com essa técnica, ele pode urinar com intervalos de duas a quatro horas, sem esperar a necessidade urgente de ir ao banheiro. Apostar numa alimentação mais regrada e com menor quantidade de álcool, cafeína e alimentos líquidos também é uma boa pedida. Os especialistas chamam essa prática de dieta de controle de fluidos.
Cinesioterapia do assoalho pélvico
A cinesioterapia é uma série de exercícios para fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico que auxiliam no controle das micções. Eles devem ser feitos sob orientação do fisioterapeuta. Chamado tecnicamente de exercícios de Kegel, o método é altamente eficaz para diminuir a incontinência de esforço e a de urgência.
Estímulos elétricos
Outra forma de recuperar a força no assoalho pélvico é através de estímulos elétricos, que funcionam da seguinte forma: eletrodos são temporariamente introduzidos no reto ou na vagina para fortalecer os músculos da pelve.
Medicamentos
Em alguns casos, o especialista pode entender que o paciente precisa de medicamentos específicos para conter a incontinência urinária.
Cirurgia
Os procedimentos cirúrgicos para o tratamento da incontinência urinária variam e, geralmente, são indicados para os pacientes que apresentam resistência a mais de um método. Na técnica de sling, tiras de tecido sintético são aplicadas em torno da uretra e no colo da bexiga. O objetivo é manter a uretra bem fechada, sobretudo quando o paciente espirrar ou tossir. Existem outras cirurgias que podem ser feitas, como a suspensão do colo da bexiga, cirurgia de prolapso e colocação de esfíncter urinário artificial.
Procure seu urologista
A incontinência urinária pode trazer grandes constrangimentos, mas ela é completamente tratável. Ao primeiro sinal, procure um urologista. O Dr. Paulo Salustiano, urologista no Rio de Janeiro, atende no bairro carioca de Ipanema. Endereço: Rua Visconde de Pirajá, número 82. Telefones: (21) 2247-2232 / 2523-0769 / 98826-2616.
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